Eu e a iniciação à meditação

Confirmando a minha suspeita, aquilo não é nada fácil. Certamente já toda a gente tentou não pensar em nada e por mais que se tente, estamos sempre a pensar que não estamos a pensar, logo, estamos a pensar.

A aula ensina-nos a concentração, a visualização, a respiração, etc., o resto temos de ser nós a fazer.
Então, fechei os olhos. Respirei, concentrei-me, descontraí mas só conseguia pensar que me doía muito as costas e que se calhar devia ir ao médico porque não é normal não me conseguir sentar com as costas direitas. Depois pensei que antes de ir ao médico, podia experimentar ballet, natação, yoga ou pilates que
ajudam a manter uma postura direita.
Até que me lembrei que estava a tentar meditar e repeti para mim as palavras do “mestre”: “ignora o corpo, ignora o corpo, ignora o corpo”.
Resumindo, pensei em variadíssimas coisas enquanto estava a tentar não pensar em nada, o que é normal dado que não sou nenhuma guru, sou ocidental e era a primeira vez.
Por falar em guru, é óbvio que o mesmo (não sei se é guru, ou mestre, ou what ever) não estava presente, para grande desilusão minha porque o que eu gostava mesmo era de o ver e de sentir a energia dele – dizem que quando uma pessoa assim está numa sala, ninguém lhe fica indiferente. Deve estar algures no Bangladesh ou a viajar pelo mundo a espalhar a espiritualidade dele.

Cheguei, portanto, à conclusão que tenho um longo caminho a percorrer até chegar à meditação, já que existem quatro coisas que são completamente incompatíveis com a mesma:

- Pensamentos negativos do género: eu sou a pior pessoa do mundo, tudo me acontece, estou rodeada por pessoas más, etc.
- Emoções negativas tais como medo, fúria, raiva, tristeza, stress, etc.
-Alcool
-Drogas
(as últimas duas não me preocupam)

Seja como for, vou tirar o mini-curso. É gratuito e o saber não ocupa lugar.