quarta-feira, 21 de abril de 2010

Raiva

Não sei o que se passa comigo.
Às vezes, quando me sinto revoltada, contrariada ou injustiçada, cresce dentro de mim uma fúria inexplicável. Sinto um peso no estômago, a adrenalina toda à flor da pele e ganho uma força descomunal que tem que sair e a vontade de partir alguma coisa ou de espancar alguém é incontrolável.
No fim-de-semana passado, se não fosse a minha irmã ter conseguido ter mais força que eu e ter me impedido de sair do carro, não sei o que teria acontecido ao desgraçado daquele homem que ia a conduzir no meio da estrada e ainda olhou para nós a abanar a cabeça com aquele ar  "mas-porque-é-que-dão-um-volante-para-as-mãos-de-uma-mulher?".
Transformo-me completamente, fico fora de mim. Digo coisas que não penso, que não quero dizer, que não se dizem a ninguém.
Ora isto não seria assim tão grave se acontecesse só com desconhecidos ou com aquelas pessoas que parece que se cruzam no nosso caminho apenas para nos irritar. Toda a gente se enerva, toda a gente perde o controlo de vez em quando. Acho eu.
O problema é que já não é a primeira vez que eu descarrego em quem está mais perto. E geralmente quem está perto de nós são as pessoas que nós mais amamos. E porque havemos nós de querer magoar os que mais amamos? Não queremos.  E quando nos apercebemos que o fizémos, já não há volta a dar. Está dito.
Já batemos com a porta, já partimos vidros, molduras, jarras, telefones, etc.
E é nessa altura que o arrependimento dói cá dentro. Não há desculpa que se peça que seja aceite. Não há nada a fazer.
No início achei que precisava de me manter ocupada, de arranjar uma vida para além de casa-trabalho-casa.
Assim fiz, inscrevi-me na dança. Comecei a caminhar uma hora por dia e, mais recentemente, voltei a ter um blogue para pôr cá para fora estas coisas.
Já pensei (a sério!) em inscrever-me no boxe ou no kick-boxing mas rapidamente percebi que era volência a mais e que uma única pêra de um gajo me poria ko e toda negra em segundos.
Será que é caso para visitas a um psicólogo? Ou a um psiquiatra mesmo?! Haverá alguém por aí que me consegue ajudar?

Por enquanto, resta-me a Wii, que tem combates de boxe e parecendo que não, cansa pra caraças.

Quando me perdoares, jogas comigo, meu amor?

3 comentários:

Olhos Dourados disse...

A mim acontece-me isso às vezes. Mas normalmente eles percebem que estou em stress e desculpam. também fico a sentir-me muito mal quando descarrego em quem não merece.

Anónimo disse...

Ena pá, tanta raiva acumulada. Calma. Inspira, expira... conta até 10 e segue em frente. Calma ou morres cedo! Já para não falar nas rugas.
Tens um blog porreiro!
Beijo

Susana disse...

e as piratinhas?????? Não foste às compras por isso é que estás assim!!!!